Comandado por Priscila Lessa e Pedro Ruggiero, ambos pós-graduados em Teatro-Educação, o Palco Literário é uma proposta inovadora de aproximação de crianças e adolescentes para o universo da literatura clássica e contemporânea.
Fundado em 2013, o Palco Literário conta hoje com mais de 80 adaptações de obras literárias para teatro e Áudio Teatro Literário. Priscila desempenha as funções de atriz, diretora e roteirista, responsável pela adaptação de todas as obras. Pedro é ator e idealizador de todos os cenários e figurinos: “O teatro literário é uma forma genial de aproximar os jovens das grandes obras e dos grandes autores da nossa Literatura” declara.
Nossa escola, sempre preocupada em oferecer cultura e conhecimento, de forma lúdica, aos nossos alunos, já possui, há algum tempo, parceria com a companhia teatral. Em 2022, retornando ao modelo totalmente presencial, nossos alunos já puderam assistir a dois espetáculos teatrais do grupo Palco Literário.
A primeira peça foi a adaptação do livro “Como é duro ser diferente”, da autora paulista Giselda Laporta Nicolelis. A produção pôde ser assistida pelos nossos alunos das turmas do 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental.
Na obra, é abordada a temática do Bullying, assunto discutido em uma palestra ministrada anteriormente pelo professor de geografia Bruno Maciel para as turmas do 6º ano ao 8º ano do Ensino Fundamental Anos Finais, e pelo convidado Wiliam Vieira, professor de história da Rede Pública Municipal e doutor em Memória Social, para as turmas de Ensino Médio.
Na história escrita por Giselda Laporta, a protagonista Layla é uma adolescente angustiada por se achar diferente dos colegas de escola. Ela se considera um equívoco da genética, porque acha que seus pais são muito bonitos, mas essa beleza não foi correspondida por ela.
Aos poucos, Layla vai percebendo que há, como ela, outros jovens que se sentem deslocados e sofrem com apelidos pejorativos. Em dado momento, Layla descobre que essa prática tão reprovável tem um nome: bullying, do inglês, como “tiranizar, ameaçar, maltratar, amedrontar”.
Nos últimos anos, tem sido possível perceber não só como o bullyng acontece em diversas fases da vida – da infância até a juventude – mas também o quanto essa prática, que não se pode e não se deve chamar de brincadeira, é nociva à coletividade e absolutamente prejudicial à integridade física e mental de suas vítimas.
Na palestra a que nossos alunos assistiram, foi possível esclarecer que o entendemos por bullying se configura a partir de uma atitude agressiva – física ou verbal – de amedrontamento, constrangimento constante ou ameaças que impliquem no desenvolvimento social, comportamento, físico ou emocional de outrem.
No Brasil, desde 2015, essa prática é considerada crime, com a lei 13.185 que define o bullying como todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, praticado sem motivação evidente por indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas.
O artigo 2º da lei considera ainda a humilhação, a discriminação, os ataques físicos, insultos pessoais e comentários sistemáticos como agravantes da prática.
Em escolas, é comum que a prática se manifeste em grafites depreciativos; expressões preconceituosas; apelidos pejorativos e no chamado isolamento social consciente e premeditado.
Alguns impactos causados pela ocorrência do bullying são a baixa autoestima, a insegurança, crises de ansiedade e estresse, ataques de pânico e até depressão.
Do bullying, originou-se o chamado cyberbullying – a prática do bullying realizada de forma virtual, que se agrava pela possibilidade do anonimato.
O bullying quando ocorrido apenas de forma verbal configura o chamado crime de injúria, sobretudo, quando ligado a questões étnicas, religiosas ou de gênero, e pode gerar pena de 1 a 3 anos de reclusão e/ou pagamento de multa.
Na palestra de que puderam participar, nossos alunos foram estimulados ao exercício da empatia: a capacidade psicológica de sentir o que outra pessoa sentiria, caso estivesse na mesma situação. É a tentativa genuína de compreender os sentimentos do outro, suas emoções e angústias.
Seguimos convictos da importância de preparar para o futuro cidadãos respeitosos em relação ao espaço, as necessidades do outro e suas diferenças, e certos de que nossos alunos puderam apreender informações importantes sobre os desafios do convívio e a relevância de estabelecer relações afetuosos e respeitosas em nosso dia a dia. O bullying é uma prática condenável e a conscientização é sempre a melhor prevenção.